A Rede Artesol - Artesanato do Brasil é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Oilson Luiz Machado


Com a argila, Oilson Luiz Machado modela personagens, cenas e construções tradicionais da região de Florianópolis, herdados dos colonizadores portugueses vindos dos Açores. A inspiração para o seu trabalho tem origem na observação atenta de suas memórias de infância, da cultura de sua região e até de imagens de revistas.

Mostrar contatos

AbrirFechar

Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.

Telefone (48) 9638-1341
Contato Oilson Luiz Machado
Florianópolis – SC

A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

Crédito da foto: Fabio Luiz Kuntze

Fotos de divulgação Artesol

Com a argila, Oilson Luiz Machado modela personagens, cenas e construções tradicionais da região de Florianópolis, herdados dos colonizadores portugueses vindos dos Açores. A inspiração para o seu trabalho tem origem na observação atenta de suas memórias de infância, da cultura de sua região e até de imagens de revistas.

Trabalhadores e seus ofícios, santos, igrejas com arquitetura barroca, casarios e comércios açorianos ganham versões em miniatura com cores vibrantes. Oilson também dá vida a manifestações religiosas e a brincadeiras do folclore, como a dança do pau-de-fitas e o Boi de Mamão com sua típica Bernunça, um bicho mitológico que engole tudo que encontra pela frente. O artesão tem orgulho de sua procissão do Divino, tão rica em detalhes e com 24 figurinhas: músicos da banda, o rei e a rainha, o alferes da bandeira, o pajem do estoque e o andor, levado por quatro carregadores.   

Sobre quem cria

Crédito da foto: Fabio Luiz Kuntze

Oilson Luiz Machado se define como um “manezinho da Ilha”, nascido e criado em Florianópolis. Quando era criança, percorria com frequência as ruas dos açorianos com suas casas típicas, habitações que mais tarde representaria em seu trabalho. Depois de casar, mudou-se para São José, município vizinho da capital catarinense. Trabalhou como arquivista médico no Hospital de Caridade de Florianópolis, mas sempre se dedicou a alguma atividade manual. Quando seus filhos eram pequenos, fazia brinquedos de madeira, como carrinhos e móveis.

Depois de se aposentar, Oilson começou a frequentar a escola da Olaria Beiramar, onde estudou cerâmica por três anos. Aprendeu a confeccionar cerâmicas utilitárias, mas gostava mesmo era de fazer figuras. Na época em que estudava na escola de oleiros, foi selecionado pelo Sebrae para uma capacitação. Visitou o polo cerâmico de Cunha em São Paulo, onde conheceu outros tipos de argila e técnicas.

Parou de frequentar a escola e começou a produzir suas peças sozinho, em um espacinho em sua garagem. Curioso, nunca deixou de aprender, desenvolvendo técnicas próprias de trabalho. Atualmente, repassa seus conhecimentos em oficinas nas escolas e organizações não-governamentais da região, além de ter três amigos aprendizes que já confeccionam peças para venda.           

Sobre o território

Oilson se tornou oleiro no município de São José, na Grande Florianópolis. A tradição das louças de barro utilitárias e arte figurativa de São José teve início a partir de 1750, com a chegada de imigrantes vindos dos Açores.

As peças começaram a ser comercializadas em grande escala no final do século XIX. As olarias se concentravam na região da Costeira da Ponta, atualmente conhecida como Caminho da Ponta de Baixo, e ficavam próximas às praias para facilitar o escoamento das peças por embarcações, que eram vendidas no Mercado Público de Florianópolis.

A região da Ponta de Baixo já chegou a ter 20 olarias grandes. A produção era tão expressiva economicamente que a cidade recebeu a alcunha de “Capital da louça de barro”. Com a popularização dos utensílios industrializados de metal e plástico, a produção oleira entrou em declínio. Para manter viva essa tradição que era passada de pai para filho, em 1992 foi criada Escola Municipal de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, custeada pela prefeitura. Em 2005, a escola da Olaria Beira-mar foi fundada. Essas duas escolas desempenham um importante papel de preservar a tradição cultural louceira que marca a identidade de São José, promovendo sua arte e artesanato.

Membros relacionados