Associação Rendeiras de Alcaçuz
A partir do entrelaçamento das linhas de algodão, as rendeiras constroem pontos aprendidos com suas avós e bisavós. O precioso saber ancestral da renda de bilro se mantém vivo através das mãos das rendeiras, que produzem em xales, vestidos, caminhos de mesa, saia, blusas, coletes e até colchas de cama.
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Sobre as criações
“É uma coisa que não tem preço. Produz por amor, veio de tradição, você não quer deixar morrer. Seria uma perda muito grande. A gente faz com carinho, com amor, ali tem uma história de vida”.
Cleison Aleixo Freire
Não se sabe, exatamente, quando a Renda de Bilro chegou ao distrito de Alcaçuz. Na lembrança das pessoas de lá, a renda era feita antes de suas bisavós, que ensinaram a suas avós que, por sua vez, ensinaram às suas mães…
A Associação Rendeiras de Alcaçuz, composta por 72 pessoas – 71 mulheres e 01 homem – já trabalhava coletivamente antes do ano 2000, quando se formalizaram como associação e, por meio de um projeto, construíram sua sede própria no distrito.
Para produzir a renda, suas ferramentas são o bilro – “um pedaço de madeira enchido de linha” – e a almofada – recheada com folhas de bananeira – como suporte. O desenho do molde em papelão é engomado com “angú”, feito de goma de macaxeira. Dizem que, com a goma, o papelão fica duro como couro e resiste por gerações.
A partir do entrelaçamento das linhas de algodão, constroem pontos chamados meia-pancada, talsa, coentro e trança, que vão formar seus xales, vestidos, caminhos de mesa, saia, blusas, colete e até colchas de cama. Tradicionalmente brancas e, atualmente, também muito coloridas.
O tempo do trabalho é longo, pois cada ponto é importante e minucioso para o resultado final. A associação também fornece a renda em metros para interessados em utilizá-la em aplicações e outros produtos.
O grupo tem a maturidade do tempo, do saber antigo, e participa de feiras nacionais e regionais. Expõem seus produtos em Ponta Negra, área turística da capital Natal, e enviam seus produtos para lojistas e para o Museu do Folclore no Rio de Janeiro. Também já foram representantes do Rio Grande do Norte, em uma exposição do turismo brasileiro em Portugal, em 2017.
Sobre quem cria
O grupo que cria tinha o hábito de se reunir embaixo de uma árvore já nos anos 1990. Entendem a importância de preservar sua herança cultural, o saber e a tradição da renda.
Passaram a trabalhar na sede e, atualmente, produzem em suas casas. Entre uma atividade e outra, sempre estão com as almofadas no colo. Se reúnem em reuniões mensais, em idas a Natal para demonstrar o trabalho e fazem atividades comunitárias, como a limpeza da lagoa, gincanas e arrecadações solidárias.
Sobre o território
O município de Nísia Floresta localiza-se próximo à capital do Rio Grande do Norte, Natal. Ganhou o nome de sua mais conhecida filha, uma das mais importantes escritora e poetisa abolicionista do século XIX. Com aproximadamente 28 mil habitantes, Alcaçuz é o único bairro onde há produção de renda de bilro.
A região é conhecida por suas belezas naturais, praias e as 26 lagoas de água doce que atraem visitantes de todo o mundo. Alcaçuz também abriga uma das lagoas mais famosas, a Lagoa de Alcaçuz. No distrito também se desenvolve atividades de agricultura e pesca, com o plantio de macaxeira, melancia, milho e feijão, e a criação de camarão em viveiros.