AASV – Associação de Artesãos Sempre-Vivas
O Brasil é reconhecido como Patrimônio Agrícola Mundial através da tradição secular de manejo das sempre-vivas, flores que se tornaram matéria prima para o artesanato cultural e biodiverso de Galheiros, em Diamantina.
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Sobre as criações
A confecção de arranjos, objetos decorativos e utilitários com as sempre-vivas, flores típicas do cerrado conhecidas por sua durabilidade mesmo após secas, revelam cores vibrantes e são valorizadas por sua beleza única. Em Galheiros, as sempre-vivas são utilizadas como matéria-prima para a criação de peças artesanais como as famosas guirlandas de natal, além de produtos utilitários como jogos americanos, porta guardanapos e centros de mesa.
Os artesãos combinam as flores coladas com outros elementos naturais, como folhas, sementes e fibras, criando peças únicas. Desde 2020, a tradição dos apanhadores de sempre-vivas faz parte dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam). A atividade foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como patrimônio agrícola mundial. É o primeiro reconhecimento dessa natureza no país e o quarto na América Latina.
Sobre quem cria
A prática do manejo das sempre vivas é centenária, mas o projeto da Associação de Artesãos de Sempre Vivas deslanchou mesmo em 1998, com o apoio da Emater, do IEF/MG, da Terra Brasilis, e outras instituições que se uniram na preservação do meio ambiente e apoiaram o desenvolvimento sustentável do artesanato local. Anteriormente, muitas famílias dependiam da extração e venda das flores, o que gerava um problema ambiental e ameaçava a espécie de extinção. No entanto, uma solução foi encontrada por meio de treinamentos que ensinaram os trabalhadores locais a coletar as flores na época certa, sem prejudicar a raiz e as sementes. Além disso, os associados foram incentivados a não simplesmente venderem a flor bruta, mas a desenvolverem a partir delas peças artesanais decorativas de valor agregado.
Com o auxílio da Mãos de Minas, foi trabalhado o design das peças para maior aderência no mercado. As peças são vendidas com o apoio do Sebrae Minas em lojas de Diamantina, Belo Horizonte e outros estados, além de frequentemente integrarem feiras de artesanato pelo país. Atualmente, os artesãos não trabalham mais com a venda de flores brutas, mas somente com a produção de objetos decorativos. Cada artesão maneja suas próprias flores de forma sustentável, somando mais de 100 espécies cultivadas, que não correm mais o risco de serem extintas.
Sobre o território
Galheiros, zona rural há 15 km de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, fica às margens da rodovia MG-220, cravada nas montanhas da Serra dos Cristais – com altitude entre 1.100 a 1.400 metros – e integra o complexo rochoso da Cordilheira do Espinhaço.
A comunidade acolhe uma pequena população que possui como principais atividades econômicas a agricultura e pecuária de subsistência, além do artesanato com as flores Sempre Vivas, ofício antigo na região, datado de antes de 1930, alternativa à diminuição da extração de pedras preciosas. O ouro hoje de Diamantina é a Sempre Viva!
Galheiros demonstra a importância de conciliar sustentabilidade e tradições culturais, destacando-se como um exemplo inspirador de como é possível preservar a flora do cerrado e promover o desenvolvimento local por meio do artesanato.