A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Arte no Quilombo – Associação dos Moradores e Artesãos do Bairro do Quilombo 


A herança cultural afrodescendente é perpetuada pelas mãos de artesãs que têm nos elementos da natureza sua principal linguagem.

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A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

O grupo Arte no Quilombo cria uma série de trabalhos artesanais feitos de múltiplas técnicas e matérias primas, especialmente com as palhas da bananeira e do milho. Também é possível encontrar peças em bambu, capim, madeira, barro, e técnicas de costura, crochê, bordado, tricô, mosaico, reciclagem e outras, que compõem diversos itens utilitários, religiosos, lúdicos ou decorativos. Priorizam os materiais naturais, e valorizam a utilização integral da matéria prima, como no caso da palha de bananeira, marca registrada do coletivo, na qual usam suas 3 camadas: casca, miolo e ‘renda’. Com as técnicas da trança ou corda, são confeccionadas esteiras para revestimento de caixas, painéis, móveis, brinquedos, luminárias e muitas outras peças.  

Crédito das fotos: Rebeca Chiarini

Sobre quem cria

A Arte no Quilombo foi fundada em 2004 por um grupo de artesãos, incentivados pelo escultor local Ditinho Joana que, com sua experiência, os orientou a produzir peças com a identidade étnica e cultural de seus ancestrais. 

Com o reconhecimento do trabalho, o empresário José Antônio de Abreu doou um terreno no bairro e a Prefeitura construiu a Sede do grupo, junto à uma quadra esportiva e creche para as crianças. Formalizada em 2009 como Associação dos Moradores e Artesãos do Bairro do Quilombo, esse espaço se constituiu como um centro artesanal de referência na cidade de São Bento do Sapucaí, com ambientes para exposição, produção, oficinas e comercialização das peças das mais de 50 artesãs e artesãos envolvidos.  

Na entrada da Sede, há um espaço especial em destaque, em homenagem às lavadeiras – as primeiras mulheres do bairro – já consideradas verdadeiras empreendedoras: “Através de um simples lavar de roupas que tudo começou. As lavadeiras do Bairro do Quilombo iam para a cidade buscar as trouxas de roupa das famílias para lavar. Assim foi despertando o interesse em ganhar o seu próprio dinheiro. Dons e talentos que seus antepassados deixaram, que só ouviam falar. O artesanato foi um desses dons que descobriram que havia nelas”, conta Alexandra, liderança do grupo, majoritariamente feminino. 

Grupo de artesãs Arte no Quilombo / Crédito da foto: Rebeca Chiarini

Crédito das fotos: Rebeca Chiarini

Sobre o território

“Ao Deus Pai criador, esta raça esta cor. Cada negro que luta pelo fim do racismo. 
Meu sangue em batismo – oferecei.  
Ao Deus de tantos nomes. Negros, brancos, homens livres.  
Esta fé sempre tive – oferecei.  
Negra história negada. Toda dor suportada. Preto, velho, Yayá. Negra bela raiz. 
Este povo feliz – oferecei. 
Quilombolas guerreiras, na cidade e na roça  
Esta festa que é nossa – oferecei”. 

Música “Canto do Ofertório”, Congada de São Benedito 
Bananal em São Bento do Sapucaí / Crédito da foto: Rebeca Chiarini

O Município de São Bento do Sapucaí é considerado uma Estância Climática do Estado de São Paulo, e situa-se na Serra da Mantiqueira, Região Vale do Paraíba. Abriga um dos pontos mais altos do estado, o complexo do Baú, que é formado por três montanhas de pedra: Bauzinho, Ana Chata e a mais conhecida, Pedra do Baú.  

Um dos bairros mais antigos do município de São Bento do Sapucaí, o Bairro do Quilombo, é uma comunidade quilombola unida onde os moradores têm orgulho da sua raiz negra. Remanescente dos quilombos, o Bairro é reconhecido pela história, pela natureza preservada, pelo rico artesanato, pelas festas tradicionais e manifestações culturais,  

Dia 13 de maio, em celebração à libertação dos povos escravizados, a comunidade organiza um festejo com a Congada de São Benedito, iniciativa da matriarca Dona Luzia. Preservando a cultura do Bairro, a Congada traz nas letras, nos ritmos, nos instrumentos e nas roupas – formadas por chitas, rendas, malhas, estopas, turbantes, faixas, chapéus e flores – as narrativas coletivas de luta, fé e resistência. 

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