A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Banarte


O grupo trabalha com a fibra da bananeira, que é abundante no município. Versátil, a fibra da bananeira é processada e trançada ou tecida em teares, dando origem à peças de decoração e uso cotidiano, como almofadas, tapetes, abajures, bolsas e jogos americanos.

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Sobre as criações

Foto de divulgação Artesol

O nome do grupo entrega logo de cara qual é sua especialidade: fazer arte com fibra de bananeira. A planta abundante na região de Miracatu, no estado de São Paulo, é a principal matéria prima utilizada pelas artesãs da Banarte. O longo processo de extração e beneficiamento geram uma fibra rica, maleável e de toque macio, apropriada para objetos de decoração e uso cotidiano, como almofadas, tapetes, abajures, bolsas e jogos americanos. 

O caule da bananeira desenvolve-se sob o solo de onde brotam folhas que crescem para fora da terra, tão juntas e fechadas que até parecem um tronco. O pseudocaule da bananeira formado por essas camadas de folhas resiste somente até o primeiro – e único – cacho ser colhido. Após este processo folhas tornam a brotar do caule subterrâneo e inicia-se um novo ciclo. Por conta disso, a fibra da bananeira é considerada resíduo do cultivo e, ainda assim, material valioso se beneficiado de maneira correta. 

O pseudocaule é recolhido na plantação, desfolhado e partido em pedaços de onde serão extraídas as cinco camadas de fibra, cada qual utilizada em produtos específicos. As fibras com diferentes texturas são chamadas de filé, buxinha, branquinha, rendinha e casquinha; todas podem ser trabalhadas separadamente ou em conjunto em trançados ou no tear, o que confere texturas únicas às peças. 

Sobre quem cria

Foto de divulgação Artesol

A Banarte foi formalizada no ano de 2000, porém as descobertas com fibra de bananeira pelo grupo iniciaram alguns anos antes, em 1997. Além do apoio do Sebrae, nos primeiros anos tiveram suporte da Universidade de São Paulo e da Sutaco, que em parceria ofereceram formação em design e gestão. Constituída por 17 artesãs, a associação tem papel fundamental na geração de emprego e renda para todas as envolvidas.

As tarefas comuns, referentes à gestão do espaço e dos negócios são compartilhadas entre todas. Realizam reuniões regulares e cada associada tem compromisso de estar dois dias por semana no galpão da associação, sendo que cada dia são pelo menos 3 presentes. 

As peças produzidas são comercializadas na própria sede em Miracatu, em feiras estaduais e nacionais, lojas especializadas e em grandes redes nacionais como a Tok Stok. 

Além da produção, elas também ministram oficinas profissionalizantes no município e estado, tendo repassado a técnica a centenas de pessoas, expandindo assim os conhecimentos relacionados ao artesanato, valorizando a história e cultura locais.

Sobre o território

Foto de divulgação Artesol

Em tupi guarani Miracatu significa “Terra de Gente Boa”, o que além de remeter às origens indígenas, conta muito seus pouco mais de vinte mil habitantes. Fundada em 1872, o município está localizado a 129 quilômetros a sul da capital do estado, na região conhecida como Vale do Ribeira. 

De paisagem montanhosa e exuberante, o Vale do Ribeira concentra hoje cerca de 20% do que resta do ecossistema de Mata Atlântica no território brasileiro, sendo, assim, a maior área contínua do bioma preservado no país. Por sua importância, em 1999, a Reserva de Mata Atlântica do Sudeste, que abarca 17 municípios do Vale do Ribeira, foi considerada pela Unesco Patrimônio Natural da Humanidade. Nas 24 Unidades de Conservação que estão inseridas no Vale encontram-se espécies como o cedro, a juçara, canela, araucária, caxeta, entre outras.

Na região também se encontra o maior número de comunidades remanescentes de quilombos de todo o estado de São Paulo, além de comunidades caiçaras e guarani, o que colore ainda mais o Vale do Ribeira com a diversidade cultural ancestral. São cerca de 80 comunidades caiçaras, cujas vidas se guiam pelos ciclos da Mata e seus recursos. Nesse contexto econômico, a produção artesanal e a agricultura familiar despontam como atividades de baixo impacto ambiental que trazem autonomia e reconhecimento para as comunidades.

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