A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Centro de Artesanato Fio e Renda


São Vicente Ferrer, em Pernambuco, é nacionalmente reconhecida como a Terra da Banana. Essa vocação local se expande para práticas sustentáveis de trabalho no grupo de artesanato Fio e Renda, que transforma os troncos de bananeira, matéria-prima abundante na região, em bolsas, caminhos de mesa, jogos americanos, puffs, carteiras e muito mais.

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Sobre as criações

São Vicente Ferrer, em Pernambuco, é nacionalmente reconhecida como a Terra da Banana. Essa vocação local se expande para práticas sustentáveis de trabalho no grupo de artesanato Fio e Renda, que transforma os troncos de bananeira, matéria-prima abundante na região, em bolsas, caminhos de mesa, jogos americanos, puffs, carteiras e muito mais.

Começaram seus trabalhos com o apoio da prefeitura do município em 2006 e, desde então, vem aprimorando e incorporando outras técnicas, como a tecelagem, o crochê e a costura.

A palha da bananeira é a parte externa, que seca ainda no tronco da planta e se caracteriza por uma textura rústica e menos durável. Já a fibra necessita de um processo mais longo para sua extração e beneficiamento: o corte do tronco verde, sua abertura em camadas e o corte das 4 partes: “primeira capa”, “raspadinha”, “filé” e “renda”. Após a extração das partes, as fibras secam e recebem tratamento anti-mofo.

A primeira capa é macia e resistente e com ela se faz a maioria dos produtos, como bolsas, capas de almofada e tapetes.  A raspadinha é um pouco mais rígida para o trabalho, mas possui um brilho natural que destaca os jogos americanos e caminhos de mesa. Já o filé é utilizado como fio para crochê e adornos, porque é bastante macio e maleável. Por fim, a renda é utilizada apenas em adornos, por sua característica mais rústica e texturizada.

O grupo se orgulha de realizar um trabalho “socialmente justo e ecologicamente correto” e, por isso, não há desperdício. Todas as sobras de fibras são cozidas por 5 horas, até que tenha o ponto para ser incorporado na produção de papel reciclado.

As fibras, após o beneficiamento, formam as mantas feitas em tear manual de pente-liço, técnica que foi incorporada em 2008. A estrutura da tecelagem é feita em fios de algodão tramados com fibra de bananeira, gerando um tecido que é modelado, cortado e costurado dando forma às peças. A técnica do crochê também é utilizada para pequenas peças, adornos e acabamentos. Juntos, as fibras, a tecelagem, a costura e o crochê apresentam uma diversidade de texturas e aplicações impressionantes.

Sobre quem cria

Fio e Renda é uma marca coletiva de um grupo de 17 artesãs do município de São Vicente Ferrer que atuam no Centro de Artesanato Fio e Renda, espaço coletivo, de produção e venda de artesanato no município. 

Esse grupo, bastante maduro, já extrapola as fronteiras da cidade e até do país. Participam de muitas feiras nacionais, como a Fenearte e Mãos de Minas. Também participaram de um evento internacional, promovido pela EMATER, com edições da Itália e da Bélgica.

O grupo também formou multiplicadoras, que ensinam a arte de trabalhar com a fibra da bananeira e o tear de pente-liço a outras comunidades artesãs. Para os mais jovens, levam o lema de “ensinar uma profissão à comunidade, porque dessa profissão a renda vem, é só botar a mão no arado”.

Crédito da foto: Bruna Dias

Sobre o território

São Vicente Ferrer é uma cidade da Mata Norte do estado de Pernambuco, com uma população de, aproximadamente, 18 mil habitantes. Possui economia agrícola intensa e vem ganhando notoriedade pela produção da uva, mas seu principal produto também lhe deu o título de Terra da Banana.

Sendo um dos maiores produtores do estado, o município também realiza a Festa da Banana entre os meses de novembro e dezembro, para celebrar sua prosperidade. Diante da vocação do território, o grupo de artesanato Fio e Renda destaca o desejo de ter o reconhecimento cultural de seu artesanato que representa a identidade do município.

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