A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

AASV – Associação de Artesãos Sempre-Vivas


O Brasil é reconhecido como Patrimônio Agrícola Mundial através da tradição secular de manejo das sempre-vivas, flores que se tornaram matéria prima para o artesanato cultural e biodiverso de Galheiros, em Diamantina.

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Contato Juracy Borges
Diamantina – MG

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Sobre as criações

Crédito da foto: Luciano Dayrell

A confecção de arranjos, objetos decorativos e utilitários com as sempre-vivas, flores típicas do cerrado conhecidas por sua durabilidade mesmo após secas, revelam cores vibrantes e são valorizadas por sua beleza única. Em Galheiros, as sempre-vivas são utilizadas como matéria-prima para a criação de peças artesanais como as famosas guirlandas de natal, além de produtos utilitários como jogos americanos, porta guardanapos e centros de mesa.

Os artesãos combinam as flores coladas com outros elementos naturais, como folhas, sementes e fibras, criando peças únicas. Desde 2020, a tradição dos apanhadores de sempre-vivas faz parte dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam). A atividade foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como patrimônio agrícola mundial. É o primeiro reconhecimento dessa natureza no país e o quarto na América Latina.  

Sobre quem cria

Artesã Juracy Borges da Silva / Crédito da foto: Luciano Dayrell

Crédito das fotos: Luciano Dayrell

A prática do manejo das sempre vivas é centenária, mas o projeto da Associação de Artesãos de Sempre Vivas deslanchou mesmo em 1998, com o apoio da Emater, do IEF/MG, da Terra Brasilis, e outras instituições que se uniram na preservação do meio ambiente e apoiaram o desenvolvimento sustentável do artesanato local. Anteriormente, muitas famílias dependiam da extração e venda das flores, o que gerava um problema ambiental e ameaçava a espécie de extinção. No entanto, uma solução foi encontrada por meio de treinamentos que ensinaram os trabalhadores locais a coletar as flores na época certa, sem prejudicar a raiz e as sementes. Além disso, os associados foram incentivados a não simplesmente venderem a flor bruta, mas a desenvolverem a partir delas peças artesanais decorativas de valor agregado.

Com o auxílio da Mãos de Minas, foi trabalhado o design das peças para maior aderência no mercado. As peças são vendidas com o apoio do Sebrae Minas em lojas de Diamantina, Belo Horizonte e outros estados, além de frequentemente integrarem feiras de artesanato pelo país. Atualmente, os artesãos não trabalham mais com a venda de flores brutas, mas somente com a produção de objetos decorativos. Cada artesão maneja suas próprias flores de forma sustentável, somando mais de 100 espécies cultivadas, que não correm mais o risco de serem extintas.  

Sobre o território

Crédito da foto: Luciano Dayrell

Galheiros, zona rural há 15 km de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, fica às margens da rodovia MG-220, cravada nas montanhas da Serra dos Cristais – com altitude entre 1.100 a 1.400 metros – e integra o complexo rochoso da Cordilheira do Espinhaço. 

A comunidade acolhe uma pequena população que possui como principais atividades econômicas a agricultura e pecuária de subsistência, além do artesanato com as flores Sempre Vivas, ofício antigo na região, datado de antes de 1930, alternativa à diminuição da extração de pedras preciosas. O ouro hoje de Diamantina é a Sempre Viva! 

Galheiros demonstra a importância de conciliar sustentabilidade e tradições culturais, destacando-se como um exemplo inspirador de como é possível preservar a flora do cerrado e promover o desenvolvimento local por meio do artesanato.

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