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Sobre as criações
Teçume é como o ato de tecer fibras vegetais é chamado no Amazonas. Assim, teçumeiras são conhecidas as mulheres que transformam os talos de cauaçu em peças utilitárias e decorativas.
A erva de cauaçu, planta da espécie Calathea lutea, tem fibra de porte grande e alongado, podendo alcançar 1,8 m. O trabalho começa desde a coleta, realizada de maneira sustentável nas áreas onde a planta cresce. A partir do corte de parte do caule que após ter a casca raspada é seco ao sol. Fibra seca, o tingimento é realizado com plantas da flora nativa, como crajiru, que confere o vermelho vivo, açafrão para o amarelo intenso e anil com a cor vinho.
Após essas etapas, as fibras são cortadas respeitando os tamanhos padrões necessários para a produção de cada peça. Isso garante que todas as peças saiam dentro dos padrões já pré estabelecidos. O acabamento é feito com a maior atenção, arrematando pontas soltas e por fim passando óleo de andiroba para dar maior brilho e resistência.
São cestos de variados tamanhos, vasos, luminárias, entre outros objetos que carregam a história dessas mulheres guerreiras que dominam todas as etapas de produção de produtos autênticos, com memória e história das tradições locais.
Sobre quem cria
Há quase duas décadas o teçume passou a ser atividade geradora de renda para as mulheres habitantes da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã. Pouco após sua formalização como Unidade de Preservação Ambiental, o grupo de 32 mulheres foi organizado e recebeu cursos profissionalizantes.
O conhecimento técnico foi passado por Rozenice Assis Amaral, a Nice, convidada pelo Instituto Mamirauá na época. Mãe de 8 filhos, não vivia na reserva, mas comprometeu-se em ensinar as mulheres e conta que no início a rotina era dura, mas uma ajudava a outra, e assim construíram juntas.
Desde a sua fundação, o grupo Teçume d’Amazônia conta com apoio do Instituto Amazonas Sustentável e incentivo e assessoria do Instituto Mamirauá no sentido da organização social, no estudo sobre a biologia, ecologia e o manejo do cauaçu, buscando a sustentabilidade do uso e da produção de artesanato dessa fibra. O Sebrae AM também foi parceiro em cursos de profissionalização que foram de desenvolvimento de novos produtos e gestão.
Hoje exibem coleções de altíssima qualidade técnica e estética, comercializadas em feiras do setor e lojas em todo território nacional.
Sobre o território
É o extenso lago de águas negras que dá nome à Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, uma Unidade de Preservação Ambiental Estadual criada em 1998. Está localizada na Região Central do Estado do Amazonas, em área que abrange parte dos Municípios de Maraã, Coari, Codajás e Barcelos. Seus mais de 2.350.000 hectares constituem a maior área protegida em floresta tropical na América do Sul.
Criada com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável das populações que habitam a área, além de garantir a proteção dos recursos naturais e socioculturais existentes, a unidade é gerida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.
A reserva faz parte do Corredor Ecológico da Amazônia Central e do Mosaico Baixo Rio Negro, e foi declarada como Patrimônio Natural da Humanidade. É uma área de extrema importância biológica, localizada entre as bacias de um rio de águas pretas (Rio Negro) e dois rios de águas brancas (Rio Japurá e Rio Solimões), apresentando espécies raras e ameaçadas, além da presença de espécies que demandam extensa área para migração, como o peixes-boi.
A população de Amanã de 4.000 habitantes vive principalmente de atividades de subsistência como a agricultura, a caça, a pesca e o extrativismo de cipó, de óleos de copaíba e andiroba e de frutos selvagens.