A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Beatriz Ap. A. Kawamoto  


Beatriz trabalha com trançado em taboa na região de Itabuna, rica na fibra. Na sua produção, ela faz desde peças grandes, como redes, até bolsas, tapetes e cestos.

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Sobre as criações

Beatriz trabalha com trançado em taboa e é responsável por todo o processo: desde a busca pela taboa na roça até a entrega do artesanato pronto. A colheita é feita na lua minguante, de manhã, e ela nunca arranca, sempre poda, para que a planta possa crescer novamente. Depois de colhida, ela abre a planta, tira as folhas e põe para secar por pelo menos 10 dias, até poder hidratar para começar seu trabalho de trançado. A taboa é uma fibra orgânica e o resíduo da peça pode ser descartado na terra. “É sustentável, sai da natureza e volta para a natureza. Também tem um valor afetivo, ela é aconchegante. No frio, ela é quentinha e no verão ela é fresquinha, e remete às nossas raízes, quando a esteira era usada como colchão”. Em seu trançado, ela faz diversos tipos de pontos de trança, alguns mais simples, outros mais complexos e, dependendo do produto, ela pode precisar de bastidor ou tear de pregos. Beatriz gosta das peças que permitem mais criatividade, com padrões e tranças diferentes. Na sua produção, ela faz desde peças grandes como redes até bolsas, tapetes e cestos. Depois de trançados, Beatriz usa um verniz natural para que as peças durem mais.  

Sobre quem cria

Beatriz Aparecida Amaral Kawamoto aprendeu a trançar quando se mudou para Itabuna, em um curso da SENAR que fez junto com a mãe. Sua avó e sua mãe já tinham uma base de artesanato em bambu, então a arte não era estranha à família. Em 2019, começou a comercializar e hoje tem seu ateliê na sua casa. Ela se interessa por todo o processo, mas o que prefere é trançar. “Quando eu tô fazendo, eu fico fora do tempo. Não é porque tem que fazer, é porque é tão gostoso”. Ela também ensina a arte a quem tiver interesse e disponibilidade, já tendo inclusive dado oficinas para crianças em escolas da região. Ela está montando sua loja online e tem o desejo de que sua produção cresça. 

Foto de divulgação Artesol

Sobre o território

Beatriz começou a trabalhar com a taboa porque a região de Itabuna é muito rica nessa planta. Região de morros, a taboa tem uma grande função de filtrar a água e, recentemente, a cidade tem se tornado mais turística e referência em produtos feitos a partir da fibra. Beatriz vende seus artesanatos na Associação da cidade, onde já é reconhecida e procurada pelos frequentadores. Ela tem o desejo de montar um grupo de “Mulheres de fibra” da região de Itabuna, o que está em seus planos para o futuro. 

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