A Rede Artesol - Artesanato do Brasil é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Júlio César Gomes de Souza


Com a palha de milho coletada em lavouras, Mestre Júlio Gomes cria esculturas que retratam santos, presépios, bonecas e flores.

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Sobre as criações

Com a palha de milho coletada em lavouras, Mestre Júlio Gomes cria esculturas que retratam santos, presépios, bonecas e flores. Objetos e cenas da cultura popular de sua região e do Brasil têm aparecido cada vez mais no seu trabalho, pois Mestre Júlio entende que o artesão é um guardião da cultura local.

Depois de coletadas, as palhas do milho são higienizadas e passam por um processo cuidadoso de secagem à sombra desenvolvido por ele. Também recebem um tratamento com fungicida, para garantir a qualidade e a durabilidade do trabalho. Algumas podem ser tingidas, ficando prontas para o trabalho de modelagem e trançado.

Sobre quem cria

Ao pesquisar sobre sua família e descobrir que sua bisavó fazia artesanato e tecelagem, o interesse pelo artesanato despertou em Júlio, ainda criança. Desde cedo demonstrou habilidades com as mãos e interesse pela arte. Ele se lembra de ser artista e artesão desde os sete anos, quando uma professora de artes propôs que os alunos fizessem um trabalho artístico e ele fez uma caixinha enrolando jornais usados e foi muito elogiado. Conta que a professora disse que ele seria um grande artista no futuro.

Seus primeiros trabalhos foram todos feitos com jornal, até que a observação de imagens religiosas despertou seu interesse, levando-o a tentar fazer anjos com a palha do milho. Começou sem saber como trabalhar com o material, mas aos poucos foi criando sua própria técnica.

Júlio tem muito orgulho por ser reconhecido Mestre artesão pelo Programa do Artesanato Brasileiro com apenas 30 anos, processo que não foi fácil. Apesar de ser um mestre tão jovem, Mestre Júlio é artesão a mais de 20 anos.

“Me sinto realizado pela minha idade, pelas conquistas que eu tive até hoje. Onde eu vou eu levo o nome do meu município. Eu tenho matéria de jornal de TV, eu sei fazer, eu tenho esse poder para me reconhecer e reconhecer os artistas da região. Fui premiado pelo Sebrae como um dos 30 melhores artesãos do Goiás”.

Além de representar Goianápolis com seu trabalho e articular politicamente os artesãos do município, Mestre Júlio dá oficinas para repassar seus conhecimentos.

Foto de divulgação Artesol

Sobre o território

O povoado que deu origem a Goianápolis começou a se formar em 1928 com a construção de uma rodovia que ligava Anápolis a Goiânia, capital do estado de Goiás. O entrelaçamento com os dois municípios fica evidente em seu nome, formado pela junção das palavras Goiânia e Anápolis.

Localizado na Região Metropolitana de Goiânia e com pouco mais de 11 mil habitantes, Goianápolis tem na agricultura sua principal atividade econômica, em especial o cultivo de tomates. É considerada a capital goiana dos tomates e uma das maiores produtoras do Brasil, tendo a Festa do Tomate como uma tradição.

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