Mestra Neguinha


Filha, neta e bisneta de louceiras, Maria do Carmo dos Santos, carrega em seu trabalho tradição familiar que transforma o barro em belas peças de decoração e utensílios.

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Sobre as criações

“O tamanduá, que é a que eu mais faço, surgiu pela vontade mesmo. No meu tempo, ninguém tinha como brincar. A brincadeira da gente era trabalhar. Era carregando lenha e barro na cabeça, viu? Era no roçado.”

Neguinha

Herança indígena, a louça de caboclo não faz uso do torno. O molde é dado pelas mãos que conhecem a textura e a plasticidade do barro e sabem guiá-lo de acordo com os desejos da imaginação. Depois de secas na sombra, são levadas para o forno onde ficam por mais ou menos três horas. Os desenhos são feitos com pena de galinha e as cores vêm da argila tauá. Mestre Neguinha produz peças de decoração, como as cabeças, e de utensílio como panelas, travessas, pratos e potes.

Foto de divulgação Artesol

Sobre quem cria

Pega o barro, peneira,
agua o barro, amassa.
Depois de macio, as mãos deslizam no barro
em busca de formas
que depois de criadas descansam.
Oito dias na sombra, sem vento!
A espera prepara a carne barrosa para o forno cachimbo.
O fogo amadurece as formas
que ficam ainda mais formosas
com as lambidas do tauá.

Raquel Lara Rezende
Foto de divulgação Artesol

Mestre Neguinha é Maria do Carmo dos Santos, nascida no barro, em 1961, em Belo Jardim, Pernambuco. Filha, neta e bisneta de louceiras, seu trabalho de tradição familiar transforma o barro nas mais variadas peças. Primeiro eram as panelas tradicionais, depois suas mãos brincando de criar formas chegaram nos tamanduás. Mais tarde, Neguinha começou a fazer Santos católicos, como São Francisco e Frei Damião, além de peças utilitárias e de decoração como travessas, galinhas, entre outros animais.

Sobre o território

A região pertence à bacia hidrográfica do rio Capibaribe, em Pernambuco, um dos rios mais importantes do estado, e do rio Ipojuca. Belo Jardim integra a unidade geoambiental do Planalto da Borborema, com montanhas que chegam a mais de mil metros de altitude. Com uma vegetação tipicamente agreste, a caatinga assume seu reinado na paisagem sertaneja. Belo Jardim também é conhecida pela musicalidade, por gerar muitos musicistas, sendo chamada por alguns como a “Terra dos Músicos”. Além da música, a cidade se destaca pelo artesanato.

Entre 2006 e 2009, o projeto Estado de Arte, coordenado pela artista plástica Ana Veloso, atuou na cidade de Belo Jardim e de outras cidades da região do agreste central pernambucano, com o propósito de revitalizar a produção artesanal e estimular sua visibilidade. Cida Lima foi uma das artesãs que integrou o projeto e sua participação trouxe para ela retornos que estavam além das expectativas da artesã, hoje reconhecida pelo PAB como mestra do artesanato brasileiro.

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