Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros
Os fios de capim dourado são costurados com a fibra fina das folhas de buriti, ambas espécies nativas do Brasil, próprias do cerrado. As artesãs de mateiros produzem grande diversidade de peças, inovando nas formas e no design de chapéus, cestos, vasos, bolsas, biojoias e outros.
Mostrar contatos
AbrirFechar
Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.
A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.
Sobre as criações
Os fios de capim dourado são costurados com a fibra fina das folhas de buriti, ambas espécies nativas do Brasil, próprias do cerrado. Dessa forma, as artesãs produzem grande diversidade de peças, como chapéus, cestos, vasos, bolsas, biojoias, abajures, luminárias e outros. A tradição do artesanato com o capim dourado, o “ouro do Jalapão”, foi passada pelos indígenas da etnia Xerente que no começo do século XX saíram caminhando pelo lado do Rio Araguaia e passaram pelo povoado quilombola Mumbuca, distrito de Mateiros, e ensinaram alguns moradores a “costurar capim” com a seda de buriti. Desde então, esse saber se difundiu pela região, onde tem sido passado de geração para geração.
A partir desse saber-fazer, as comunidades têm criado novas coleções com inovações de produtos e inserção de novos materiais, como sementes, peças em coco, e novas técnicas também tradicionais, como o tingimento natural da linha da seda do buriti. Assim, as artesãs que antes produziam com a técnica do trançado das fibras do capim e do buriti objetos que estavam presentes em seu dia-a- dia, como os chapéus que protegiam os lavradores na roça, cestos, entre outros utensílios, agora produzem as mais variadas peças.
Sobre quem cria
A partir de 2000, com a facilitação do acesso das comunidades da região do Jalapão às cidades mais próximas, o governo do estado do Tocantins, através da Secretaria de Cultura, passou a incentivar o artesanato com o capim dourado. As peças, assim, passaram a circular em grandes centros urbanos, como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
A comunidade de Mumbuca recebeu oficinas com orientações para adequação dos produtos ao mercado e para a sua comercialização. A partir do trabalho realizado junto ao designer Renato Imbroisi, a comunidade criou novos produtos, o que redimensionou também o alcance do artesanato. Logo, a atividade chegou até as comunidades vizinhas e no próprio município de Mateiros. Nesse contexto, nasceu a Associação de Mateiros – ACAPPM – assim como as demais associações da região, o que reflete o rápido crescimento da prática artesanal, antes realizado por apenas 8 artesãs de Mumbuca. Hoje são mais de 200 artesãs envolvidas no trabalho com o capim dourado que se tornou a principal fonte de renda de muitas famílias.
Sobre o território
O município tocantinense faz divisa com os estados do Piauí, do Maranhão e Bahia. Mateiros encontra-se em meio à região ecoturística do Jalapão, abarcando a área do Parque Estadual do Jalapão. O Jalapão é um lugar cheio de encantos, chapadões e serras que compõem a paisagem de cerrado e savana, com gigantescas dunas costuradas por rios e cachoeiras. O nome, Jalapão, vem de uma planta abundante na região, a Jalapa, também conhecida como batata de purga.
Os finas hastes de ouro que pintam de dourado a paisagem do Jalapão, apesar do nome, capim-dourado, não são capim, mas uma sempre-viva, uma planta muito resistente que mesmo depois de colhida segue viçosa por muito tempo. É uma planta do cerrado, sendo o capim dourado, especificamente, nativo da região do Jalapão. O Jalapão é um dos poucos locais que conta com uma área considerável de cerrado conservado, onde se encontram os campos de capim dourado. A colheita é feita uma vez ao ano, no começo da primavera, junto com a semeadura. Como o respeito à época da colheita é crucial para a sobrevivência da planta, criou-se uma lei que regula a sua coleta. Outra forma de garantir a sustentabilidade ambiental, social e econômica do local foi proibir a saída do capim dourado “in natura” da região, sendo permitida apenas a circulação de peças produzidas pelas comunidades.