A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação dos Artesãos de Feliz Deserto


É com a taboa, capim que nasce em áreas alagadas, que as artesãs de Feliz Deserto produzem pufes, bolsas, tapetes, cestos e outros objetos de decoração.

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Av. Governador Ronaldo Lessa, 02, CEP 57220-000, Feliz Deserto – AL

A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

Crédito da foto: Michel Rios

“Taboa no brejo canta:
Vem me colher, linda sereia de pernas!
Que em suas mãos outras belezas me esperam!”

RAQUEL LARA REZENDE

É com a taboa, capim que nasce em áreas alagadas, que as artesãs de Feliz Deserto produzem pufes, bolsas, tapetes, cestos e outros objetos de decoração. O manejo da taboa é sustentável, pois após o corte o capim brota e cresce com rapidez. Depois de cortarem o capim, as artesãs o secam, dividem em partes menores, procedimento que se chama ripagem, para então poderem trança-lo. Por último, as peças são montadas e costuradas.

Sobre quem cria

Geilza Porcidônio dos Santos, 31 anos, produz artesanatos com a folha da taboa em Feliz Deserto, litoral sul de Alagoas / Crédito da foto: Michel Rios

A Associação das Artesãs de Feliz Deserto foi criada na década de 1990, por mulheres que trabalhavam na lida com a terra, que cuidavam de suas casas e filhos. Hoje vivem da confecção de artigos com a palha da Taboa e são o grupo mais bem estruturado do município.

Saiba mais:

– Tese de Doutorado “DINÂMICA DOS PROCESSOS EROSIVOS EM TALUDES DO BAIXO CURSO DO RIO SÃO FRANCISCO: DESAFIOS PARA SEU CONTROLE COM USO DE GEOTÊXTEIS”, de Cátia dos Santos Fontes, pela UFS (2016).

– “A Inovação no Processo Produtivo do Artesanato Local: o caso da cidade brasileira de Feliz Deserto”.

Sobre o território

Foto de divulgação Artesol

Considerada uma das menores cidades do litoral alagoano, Feliz Deserto é conhecida pela paisagem cheia de belezas, onde as águas do mar encantam por sua transparência. O turismo tem crescido e produz novas possibilidades de geração de renda para a população que sofre com as intempéries que atingem a atividade canavieira que é, há muitos anos, a base da economia de Feliz Deserto. O artesanato também tem se mostrado uma alternativa sustentável que gera, para além da renda, independência para as mulheres, fortalece os laços com as tradições culturais populares e garante a proteção do ecossistema local.

A Taboa é planta encontrada na beira de rios e lagoas, em grande quantidade, formando o taboal de até quatro metros de altura. Sua palha por muito tempo foi a matéria com a qual comunidades ribeirinhas faziam suas camas, travesseiros, cadeiras, o que a deixou conhecida como “cama do pobre”. O uso da taboa e do junco hoje, para além de sua importância cultural e patrimonial, tem sido destacado como estratégia para abrandar dos processos erosivos que sobrecarregam os rios, como o rio São Francisco, cuja foz se encontra próxima à Feliz Deserto.

A história do estado de Alagoas anda de mãos dadas com a história da invasão do território chamado depois de Brasil, pelos portugueses. A região era habitada pelos Kaetés, alvo de muitas ações genocidas empreendidas pelos portugueses visando tomar posse das terras. A comercialização do pau-brasil, árvore nativa da Mata Atlântica se somou ao ímpeto lusitano de avançar para o interior do território.

Mesmo com o esforço genocida e etnocida, as heranças indígenas seguem vivas nos fazeres e saberes de muitos moradores, como no trançado, e na alimentação à base principalmente de mandioca. O estado de Alagoas conta também com a presença marcante de comunidades de remanescentes quilombolas, protagonistas de histórias de resistência, luta e esperança frente à escravidão do regime açucareiro, central na economia alagoana durante a colonização.

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