A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Grupo Bordadeiras em Ação 


As bordadeiras se inspiram nas lembranças da infância e das terras onde nasceram para embelezar peças de vestuário, banho e cama com árvores, frutas, flores, alimentos, entre outros elementos.

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Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.

Telefone (11) 97125-8540
Contato Sônia Leal
Rua Mário Torres ,132 – Jardim Conceição , CEP 06140-057, Osasco – SP

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Sobre as criações

Elas trabalham com o ponto nó francês, margarida, entre outros. Os bordados são ricos em detalhes, dando a sensação de que a saíra sete cores, o canário da terra e o papagaio vão sair batendo suas asas. As bordadeiras fazem roupas, toalhas de mesa, almofadas, aventais, colchas, bolsas, sacolas, jogos americanos, panos de prato, guardanapos e nécessaires. No trabalho do grupo, as lembranças da infância e das terras onde nasceram são principal material criativo que lhe dão inspiração para compor as peças com árvores, frutas, flores, alimentos, entre outros elementos.  

Foto de divulgação Artesol

Sobre quem cria

A prática de bordado se tornou, para as moradoras de Jardim Conceição, importante fonte de renda e construiu um espaço onde partilham e ressignificam suas histórias. Muitas chegaram ao estado de São Paulo, vindas de outros cantos do Brasil, como Ceará, Bahia, Minas Gerais, entre outros. A maior parte das bordadeiras que atuam no grupo não sabiam bordar e não tinha nenhuma atividade profissional regular, dedicando-se exclusivamente à casa e à família.  

O grupo é formado por cerca de 18 mulheres moradoras do bairro Jardim Conceição, na cidade de Osasco, na grande São Paulo. O grupo nasceu em abril 2021, mas as integrantes já se conheciam e trabalhavam juntas desde 2013 na Associação Bordadeiras do Jardim Conceição, onde aprenderam várias técnicas de bordado e gestão empreendedora. O grupo realiza oficinas de bordado para mulheres interessadas em aprender a técnica do bordado no bairro. 

Sobre o território

Jardim Conceição é um bairro do município de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo que nasceu na década de 1980, a partir de uma ocupação urbana, organizada pelo Movimento Terra e Moradia. A área que antes estava desocupada e abandonada pelo poder público recebeu cerca de 400 famílias. A história do bairro se entrelaça com a história de outros bairros de Osasco que também são resultado de ocupações e lutas sociais por moradia, no contexto urbano. A região metropolitana da cidade de São Paulo é formada por 39 municípios e sua formação ocorreu durante o século XX, com o processo de urbanização intenso, resultante da dinâmica de crescimento das atividades econômicas de base industrial, principalmente automobilística.  

O crescimento das cidades brasileiras ocorreu de forma intensa durante o século XX, com o processo de industrialização e migração do campo. Nesse período, viveu-se uma grande inversão na distribuição da população entre o campo e a cidade, sendo que no final do século mais de 80% dos brasileiros se encontrava em áreas urbanas. Esse processo se deu em um contexto de desenvolvimento dependente, em que a maior parte do capital produzido pelo país era expatriado, principalmente para pagamento de juros da dívida externa. Com isso, grande parte das questões estruturais da sociedade nacional foram relegadas, produzindo uma sociedade profundamente marcada pela desigualdade. 

Durante as décadas de 1960 e 1970, os trabalhadores, a maior parte deles migrantes, que se encontravam nas áreas próximas ao centro da cidade de São Paulo, que eram destinadas à especulação imobiliária, foram expulsos e forçados a se deslocar para áreas mais periféricas e de industrialização. Essas famílias sofreram, assim com falta de moradia, acesso ao sistema de água e esgoto, luz, educação escolar e transporte público. Nesse contexto, começaram a surgir os movimentos de lutas sociais com o intuito de reivindicar e conquistar o mínimo de condições para uma vida mais digna para a população abandonada pelo poder público.  

Foto de divulgação Artesol

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