A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Pontos e Contos


Em Penedo, as bordadeiras abraçaram técnica tradicional do bordado e a colocaram no colo de suas referências culturais e da paisagem da região tão cheia de caatinga, casas coloridas e de rio São Francisco.

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Sobre as criações

Crédito da foto: Michel Rios

Crédito das fotos: Divulgação Artesol

O bordado é uma técnica muito presente no território brasileiro, desde o Brasil Colônia. Aos poucos essa técnica foi incorporada em diferentes práticas e costumes, principalmente das mulheres de diferentes regiões do país. Foi ganhando diferentes usos e inspirações, motivos e contornos. Em Penedo, as bordadeiras abraçaram essa técnica tradicional e a colocaram no colo de suas referências culturais e da paisagem da região tão cheia de caatinga, casas coloridas e de rio São Francisco.

Assim, nascem coleções de roupas infantis e para adultos com temas como o folclore da região, a caatinga, o caminho do rio São Francisco, o cangaço, cantigas de roda e lendas e histórias da região. Nêgo d’água, sereias e surubim beijador são algumas dessas histórias que dão vida às roupas bordadas pelo grupo. As peças da Pontos e Contos são, assim, cheias de vida e histórias.

Sobre quem cria

Foto de divulgação Artesol

A Pontos e Contos começou com a iniciativa de dona Francisca, hoje presidente da associação, e sua mãe. Interessadas em realizar um projeto social no bairro Carmatelo, onde as moradoras sofriam com o estigma da prostituição, as duas bordadeiras pensaram em ensinar às mulheres essa técnica que por tantas vezes foi sua principal fonte de renda. O grupo cresceu e aos poucos as mulheres começaram a vender seus bordados na cidade. Após uma oficina oferecida por Sávia Dumont, coordenadora do projeto Matizes Dumont de Pirapora, Minas Gerais, surgiu a iniciativa de formalizar o grupo enquanto associação.

Com a formalização, o grupo pôde receber uma série de cursos e capacitações, via Sebrae, que ofereceram o conhecimento e os elementos necessários para a construção da identidade do trabalho da Pontos e Contos, hoje bem consistente. O processo de criação das coleções passa por uma pesquisa minuciosa realizada pelo grupo. Depois, as roupas, que são costuradas por elas mesmo, são passadas para um artista da cidade que faz os desenhos que serão bordados. Hoje, o grupo que conta com cerca de 35 bordadeiras já se encontra em outro momento, menos preocupado com a inserção social das bordadeiras e mais preocupado em solidificar o belo trabalho. 

Sobre o território

Primeiro povoado do estado de Alagoas, Penedo é considerada uma das cidades mais belas da região. À beira do rio São Francisco, na região conhecida como Baixo São Francisco, a cidade guarda um rico cenário arquitetônico, que expressa a herança deixada por holandeses, portugueses e franceses. São 13 igrejas e 10 capelas, muitas construídas nos séculos XVII e XVIII. No centro histórico se encontra o primeiro teatro construído em Alagoas, o Teatro Sete de Setembro. Por sua importância, o conjunto histórico e paisagístico de Penedo foi tombado em 1995, pelo IPHAN e pertence ao Programa Monumenta, do Ministério da Cultura. Em meio às casas coloridas e sob o céu azul turquesa, acontece em janeiro o Festival de Tradições Populares, ao som das bandas de pífano e também a tradicional procissão fluvial de Bom Jesus dos Navegantes.

Penedo foi um importante núcleo comercial de Alagoas, quando os barcos cumpriam um papel parecido com o dos cavalos a levar os tropeiros que trocavam e comercializavam alimentos e outros produtos. Nessa época, em que o Velho Chico ainda não tinha sido tragado pelas grandes hidrelétricas, corriam por suas águas grandes embarcações. Seu leito era profundo e largo, mas hoje quase não é possível navegar no São Francisco. Com o passar dos séculos, o rio ganhou outras funcionalidades para a cidade, sendo, por exemplo, importante atrativo turístico, o que abre a possibilidade de construção de um turismo que estimule a compreensão ambiental e o conhecimento cultural e histórico da região.

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